segunda-feira, 13 de junho de 2016

Siaparto - 2016

Siaparto - 2016:
 Bolsa Rota com gestação acima de 37 semanas by Carla Andreucci Polido
1. Não existem evidências que dizem o que é melhor: esperar o início do trabalho de parto espontâneo ou induzir imediatamente.
2. Até 5horas de bolsa rota 50% das mulheres entram em trabalho de parto; com 24h de bolsa rota 70% entrarão em trabalho de parto; com 48h 85% e em até 72h 95% das mulheres entraram em trabalho de parto
Sendo assim, seria possível esperar até 4 dias (apenas um trabalho com boa evidência avaliou esperar até 4dias) desde que não haja sinais de infecção materna e o feto esteja com vitalidade preservada!
Tem que pactuar/esclarecer o casal sobre os riscos - que são pequenos porém quando ocorrem são graves
3. Vai esperar o início do trabalho de parto? Fale com a mulher, exponha os riscos, dê subsídios para que ela pactue junto com você o que ela considera melhor. A partir daí se o decisão for por esperar: 
- orientar temperatura de 4/4h
- cardiotocografia diária
- observar os movimentos do BB (mobilograma) diariamente
- o colégio americano de GO recomenda 2 hemogramas 1 X por semana; e os leucócitos devem estar abaixo de 18.000
- o colégio americano de GO também indica ultrassom semanal para avaliar vitalidade
- reavaliação clinica a cada 3 dias: frequência cardíaca e respiratória materna; buscando sinais de infecção! Manter vigilância sobre a vitalidade fetal
A recomendação para paciente positiva para Streptococcus é induzir caso não tenha entrado em trabalho de parto espontâneo em 18h a 24h de bolsa rota!
REEDITANDO: para ficar mais claro:
Em uma gestante com bolsa rota acima de 37semanas esperar o trabalho de parto espontâneo ou induzir imediatamente: o risco de sepse neonatal é igual! Ou seja, esperar não vai fazer aumentar o risco de sepse neonatal. Esperar ou induzir imediatamente tem risco igual para sepse neonatal! 
Porém, no manejo expectante as chances de ocorrerem infecção nas membranas ovulares (corioamnionite) são maiores - embora este risco ainda seja baixo
Aula by Jorge Kuhn
Mecônio no líquido amniótico: 
1. Não tem como prever qual feto vai aspirar
2. Cesárea não protege estes fetos pois, como é um evento intrauterino, o feto já pode ter aspirado ou não
3. Mecônio que ocorre antes do trabalho de parto não tem significado clinico importante
4. Mecônio que aparece durante o trabalho de parto tem importância maior e necessita maior vigilância 
5. Amnioinfusao é uma alternativa para prevenção da síndrome de aspiração do mecônio
6. Amnioscopia NÃO serve para nada

Resumindo o último dia (intenso) do Siaparto
1. A classificação da cardiotocografia de 2008, do colégio americano de GO é para gestantes em trabalho de parto (categorias 1, 2 ou 3)
Para as pacientes fora de trabalho de parto (cardiotocografia anteparto) ainda continua valendo os termos reativo ou não reativo;
2. 80% dos traçados de cardiotocografia em mulheres em trabalho de parto são Categoria II e, por isto, é importante saber as manobras de reanimação fetal para ajudar a melhorar as trocas gasosas e, assim, diminuir as chances de cesárea e diminuir os riscos de desfechos neonatais ruins;
3. Pré-eclâmpsia é a segunda causa de morte materna por causas diretas no mundo. No Brasil ela é a primeira causa de morte materna.
Quanto mais pobre o país maior é a incidência de pré eclâmpsia, maior é a chance da gestante progredir para pré eclampsia e maior é o risco de morte por pré eclampsia;
4. Pré-eclâmpsia, em geral, aparece após 20 semanas de gestação e os critérios de diagnóstico incluem aumento da pressão arterial. Proteinúria continua sendo critério diagnóstico porém a sua presença não é mais obrigatória porque gestante hipertensa com plaquetas menor que 100 mil, aumento da creatinina, edema pulmonar, alterações das enzimas hepáticas e sinais/sintomas de manifestações visuais ou cerebrais (iminência de eclâmpsia) também são classificadas como pré-eclâmpsia. 
Edema não é mais critério diagnóstico para pré-eclâmpsia!
5. Proteinúria positiva (>= a 300mg/24h) ou quando a relação proteína/creatinina na urina for >= 0,3! NÃO se faz proteinúria de 24h de repetição PORQUE NÃO existe relação de quantidade de proteinúria e gravidade
6. Mulheres com história prévia de P.E em gestações anteriores (ACGO) ou que tiveram P.E precoce (< 34semanas) em gestações anteriores (ACGO) ou mulheres com diabetes, doenças autoimunes, gemelaridade, IMC >=35, doenças renais, trombofilias reais DEVEM RECEBER AAS (iniciar após 12sem e manter até o termo) e SUPLEMENTAÇÃO de CÁLCIO para prevenção de P.E
7. Gestantes com P.E sem fatores de gravidade deve- se considerar interromper a gestação com 37 semanas
8. SULFATO DE MAGNÉSIO é a droga de escolha número 1 para previnir a crise convulsiva eclamptica e reduzir os riscos de morte materna nas pacientes com
P.E grave ou em iminência de eclâmpsia.
9. Uma indução para desencadear o trabalho de parto só pode ser considerada que falhou se, a mulher estiver na fase ativa do trabalho de parto, sem contrações efetivas de 3/3min e sem mudança do colo uterino após 24h de tentativa de indução
10. Segundo a nova classificação: Diabetes gestacional é aquela diagnosticada no 2 ou 3 trimestres.
11. Quanto maiores forem os valores da glicemia de jejum ou quanto maiores forem os valores alterados no TTGO 75mg MAIORES serão os riscos de feto com peso acima do percentil 90, de cesárea, de hipoglicemia neonatal e da presença o do Peptídeo C aumentado no sangue do cordão!
12. TTGO de 75 mg (teste para investigar diabetes) - SÓ DEVE SER FEITO com 24 a 28 semanas
13. Na primeira consulta de pré natal pesquisar fatores de risco, solicitar glicemia de jejum e hemoglobina glicosilada; e com 24-28 semanas fazer o TTGO 75mg
14. A maioria das mulheres com cesáreas anteriores devem ser submetidas a uma prova de trabalho de parto e devem estar cientes e esclarecidas dos riscos: - 1 cesárea anterior risco de rotura uterina de 0,5%; - 2 cesáreas anteriores risco de rotura uterina de 1,36%! E estas mulheres devem ser encorajadas pois aproximadamente 80% (com 1 cesárea anterior) delas conseguem um parto vaginal após cesárea (esta taxa de sucesso é de 70% com 2 cesáreas anteriores)
15. NEM cesáreas de repetição e NEM a prova de trabalho de parto são isentos de riscos
16. Hemorragia pós parto (HPP) é a perda sanguínea excessiva nas primeiras 24h pós parto ou qualquer perda sanguínea após o parto que tenha potencial de produzir instabilidade hemodinâmica. A HPP é considerada grave quando a perda de sangue for >= a 1.000 mL de sangue!
17. A estimativa visual de perda de sangue tende a subestimar a real perda de sangue então entre em AÇÃO IMEDIATAMENTE não espere a mulher entrar em choque hipovolêmico para agir
18. Causas (os 4 Ts): Tono (atonia uterina - 70%); Tecido (retenção placentária - 20%); Trauma (lacerações - 10%); Trombo (coagulopatias menos de 1%)
19. Fazer MANEJO ATIVO do terceiro estágio do parto pode reduzir em 60% o risco de HPP; reduz as chances de HPP de 13% para 5% e reduz a HPP grave de 3% para 1% : fazer 10UI de ocitocina IM assim que desprender o ombro posterior

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