A episiotomia é um procedimento que consiste em cortar a
região perineal (que vai da vagina ao ânus) sob a alegação de facilitar a saída
do bebê ou evitar lacerações (mas o corte não já é uma laceração???). A região
do períneo é um local onde muitos músculos se inserem caso ocorra um corte
profundo estes passarão por um longo processo de cicatrização. Existem várias
técnicas utilizadas, podendo usar tesoura ou bisturi, o corte poderá ser reto
ou “torto” (45 graus). porém nenhum , na minha opinião viável.
Em síntese na
episiotomia é feito o corte do períneo, retirada do bebê e depois costura do
períneo (episiorrafia). Hoje as evidências cientificas mostram que é
desnecessário realizar este procedimento em primíparas( primeiro parto da
mulher), como muitos alegam ou em qualquer mulher, pode-se usar outros recursos
como o vácuo-extrator ou um fórceps de alívio.
Geralmente as lacerações perineais ocorrem devido a fase do
expulsivo (saída do bebê) não tão bem “conduzido”, as vezes em uma velocidade
grande, mas muitas das lacerações atingem só a pele e não o tecido muscular e
sua cicatrização é tranquila. Vale lembrar que uma inflamação (todo corte gera
inflamação) nesta região será muito desagradável devido o contato com a urina e
ao tecido não elástico (fibrose) que foi produzido após o corte o que
dificultará as relações sexuais no futuro.
Durante o expulsivo (no coroamento do bebê) algumas mulheres
sentem um ardor na vagina conhecido como Círculo de Fogo, nesta hora o ideal é
aparar o períneo, ou seja o profissional que estiver assistindo ao parto irá
segurar na região perineal afim de evitar grandes lacerações.
“ Mas após a episiotomia tem um ponto a mais, o tal ponto do
marido”:
E por isso venho desmistificar
esse tal “ponto do marido”. Alguns profissionais, realizam a episiotomia e
afirmam que darão um ponto a mais para deixar a vagina que pariu mais apertada,
evitando alargamento , frouxidão, prolapsos ou incontinência urinária. O que é
uma falácia, pois é um procedimento que trás apenas dor a mulher, sem nenhuma
comprovação científica, pois a via de parto não é o único fator que influencia
estes problemas uroginecológicos , além claro, dos estudos recentes mostrarem a
superior força e “ qualidade” vaginal das mulheres que pariram pela vagina.
Última consideração: Se for uma senhora que apresenta sinais
de alterações vaginais pode-se pensar em “fazer o períneo”, mesmo sabendo que
existem outras técnicas melhores como telas, pessários, fisioterapia, etc. Mas
realizar um procedimento inadequado na região vaginal da mulher, só por que
falaram que é para fazer, ou por que sempre fez e nunca teve problema (claro a
vagina não é sua!)
para mim só vejo uma explicação: Violência.
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