Parte 1-
Em 2009 engravidei, fazia faculdade, trabalhava e ainda namorava com Fábio, fomos morar juntos. iniciei o pré natal e na primeira consulta já queria saber o dia que meu bebê iria nascer. A obstetra olhou e disse: ainda é cedo, vamos esperar, o parto normal é o melhor. Eu sorri e respondi : Deus me livre dra. , um lugar que mal passa um limão vai passar uma melancia!. Expliquei que eu queria cesárea, isso que era o normal, todos na minha família foram assim. Ela riu de mim e disse: vamos ver isso depois.
Na us de rotina com 12 semanas não vimos batimentos cardíacos, a médica do us disse que ia chamar a minha obstetra , eu já chorava , Fabio tentava me acalmar e a dra. disse que iria impedir outro us e que eu voltasse o mais rápido ( o que era gestação passou a ser uma suspeita de mola hidatiforme) e a angustia aumentou.
Fui para a casa da minha irmã, abracei e disse chorando: Eu perdi o meu bebê.
Fiz outro us e a médica descartou maiores problemas e me explicou de forma simples ( sempre papo reto ) : Monique quando uma galinha põe ovos, as vezes um vem "goro" , foi o seu caso, sei que é difícil pq as mulheres põe um ovo de cada vez.
Então me deu um calmante e disse: seu corpo vai expulsar, vamos esperar naturalmente, se nada acontecer até sexta, sábado vc volta e vamos ver o que fazermos.
Na sexta fui dormir na minha mãe, pois no sábado iria para a consulta. As 22h senti cólica e comecei a sangrar. Liguei para a obstetra e ela disse: agora é aguardar, pela manhã lhe consulto e decidimos o que fazer.
Pela manhã fui ao consultório, ela examinou e disse que queria esperar mais, mas resolveu me examinar. Já estava com dilatação (não me disse quanto) e pelo medo de risco de infecção resolvemos fazer a curetagem.
Me internei no cura d'ares umas 10h. Lembro que entrando no corredor do centro cirúrgico vi uma mãe e um bebê RN entre as suas pernas. O procedimento demorou muito pois a curetra estava ruim e a "raspagem" deveria ser bem delicada.
Fui sedada e ao acordar quase no quarto já estava aos prantos, era verdade, perdi meu bebê. No mesmo dia a noite recebi alta e a meta era me cuidar.
A obstetra marcou o retorno e pediu mais um us. Fui a uma clinica e pedi para ser com o melhor médico ( dono da clinica).
Na consta ele me disse: Nossa, vc tem muitos micropolicisticos , vc pretende ser mãe um dia?
Eu ( com 30 dias após um aborto) respondo: Pretendo né dr. acabei de perder um.
Pois faça um tratamento antes.
Quando falei para minha GO ela disse: E pq vc nao falou que engravidou uma vez sem precisar fazer nada?. Como nao sabemos a causa espera um ano e depois se desejar pode tentar engravidar normalmente sim.
Retornei para a casa da minha mãe e Fábio veio junto morar comigo.
" minha GO , uma senhora de 50 anos de medicina, sempre me deixou livre e agradeço a relação médico-paciente que tínhamos.
Na us de rotina com 12 semanas não vimos batimentos cardíacos, a médica do us disse que ia chamar a minha obstetra , eu já chorava , Fabio tentava me acalmar e a dra. disse que iria impedir outro us e que eu voltasse o mais rápido ( o que era gestação passou a ser uma suspeita de mola hidatiforme) e a angustia aumentou.
Fui para a casa da minha irmã, abracei e disse chorando: Eu perdi o meu bebê.
Fiz outro us e a médica descartou maiores problemas e me explicou de forma simples ( sempre papo reto ) : Monique quando uma galinha põe ovos, as vezes um vem "goro" , foi o seu caso, sei que é difícil pq as mulheres põe um ovo de cada vez.
Então me deu um calmante e disse: seu corpo vai expulsar, vamos esperar naturalmente, se nada acontecer até sexta, sábado vc volta e vamos ver o que fazermos.
Na sexta fui dormir na minha mãe, pois no sábado iria para a consulta. As 22h senti cólica e comecei a sangrar. Liguei para a obstetra e ela disse: agora é aguardar, pela manhã lhe consulto e decidimos o que fazer.
Pela manhã fui ao consultório, ela examinou e disse que queria esperar mais, mas resolveu me examinar. Já estava com dilatação (não me disse quanto) e pelo medo de risco de infecção resolvemos fazer a curetagem.
Me internei no cura d'ares umas 10h. Lembro que entrando no corredor do centro cirúrgico vi uma mãe e um bebê RN entre as suas pernas. O procedimento demorou muito pois a curetra estava ruim e a "raspagem" deveria ser bem delicada.
Fui sedada e ao acordar quase no quarto já estava aos prantos, era verdade, perdi meu bebê. No mesmo dia a noite recebi alta e a meta era me cuidar.
A obstetra marcou o retorno e pediu mais um us. Fui a uma clinica e pedi para ser com o melhor médico ( dono da clinica).
Na consta ele me disse: Nossa, vc tem muitos micropolicisticos , vc pretende ser mãe um dia?
Eu ( com 30 dias após um aborto) respondo: Pretendo né dr. acabei de perder um.
Pois faça um tratamento antes.
Quando falei para minha GO ela disse: E pq vc nao falou que engravidou uma vez sem precisar fazer nada?. Como nao sabemos a causa espera um ano e depois se desejar pode tentar engravidar normalmente sim.
Retornei para a casa da minha mãe e Fábio veio junto morar comigo.
" minha GO , uma senhora de 50 anos de medicina, sempre me deixou livre e agradeço a relação médico-paciente que tínhamos.
Parte 2
Ano inicia 2010, muitas dificuldades. Sempre me cobrei e a situação "morar junto" me inquietava. Então quis casar. Iniciamos os preparativos. Eu (na)morava com um professor. Revolvi mudar de faculdade, passei a trabalhar na madrugada e Fabio mostra o desejo de estudar para tentar medicina e no meio do ano entra no cursinho pré vestibular.
A data do casamento foi... escolhida, iniciamos os preparativos e descobri uma nova gestação.
Queria cancelar o casamento que seria no final do ano, mas quase tudo acertado, teria que casar de bucho mesmo.
Não deixei Fabio participar de nenhuma consulta ou exame, sempre me vinha a lembrança da gestação anterior. As semanas foram passando e em uma consulta minha obstetra ( aquela dos 50 anos de medicina) disse a DPP 03/05/2011 e ela me perguntou se eu iria esperar para ter normal . Eu respondi: eu não sei! Eu tenho medo!
Ela sorriu e disse: não é a dor da morte igual as novelas Monique, existem dores bem maiores, se vc não aguentar quando tiver perto de nascer vemos a possibilidade de uma analgesia.
Até 5 meses a preocupação era o casamento. Casamos e foquei na gestação. Com quase 35 semanas soube que o meu plano ( que tinha a mais 15 anos) não cobria parto. Então iniciei o pré natal compartilhado, pois tinha um plano empresa mais simples que cobria o parto. Nas consultas a minha GO dizia que tava tudo bem e o Obstetra do plano empresa dizia mensagens como : sua bebê é grande, tá sentada. Eu não sabia se isso era bom ou ruim e sempre fazia cara de paisagem.
A situação começou a pesar no juízo: ou pago particular a minha GO que quer esperar PN ou uso o plano e faço com o médico do plano empresa .
Pensando no que queria lembrei de um dia de estagio, no hospital de Messejana, na sala de parto, nasceu uma bb linda chamada Vitoria, regada de violência e mais tratos.
Então decidi: vou marcar, não quero sofrer, não quero colocar a vida de minha filha em risco.
Com 36 semanas o médico do plano empresa diz que vai viajar e que eu poderia entrar em TP neste período. Disse que eu ligasse para um amigo dele caso sentisse algo ( a viajem era internacional).
Eu fiquei maluca!
Resolvi marcar uma consulta com o tal médico e ao ligar uma atendente diz: o dr. é médico do trabalho, ele não é obstetra. Ligue para o plano.
Agora que me lasquei !!!!
Então com 37 semanas vou p a unimed ( centro integrado) e digo: só saio daqui com um obstetra certo e data marcada.
A primeira consulta foi pela manhã, a dra disse que iria p um congresso , que poderia dar continuidade ao pré natal, mas não com a cesárea. Eu resolvo almoçar e voltar na unimed. Estava disposta a me consultar com todos os obstetras da tarde.
O médico me pergunta pq 3 médicos ( viu no cartão). Contei a saga e disse que só saia de lá com a data marcada. Ele disse: Ok, para quando vc quer?
Eu respondi: para ontem! Não aguento mais.
Além dos 17 kg de peso, tinha o medo de parir, o medo de não ter um médico conhecido e uma rotina puxada pois estava me formando ( estagio em UTI ela manhã e clinica a tarde ) e trabalho na madrugada. Nesta época dormia 3h.
Ele disse: vc ainda está com 37 semanas, eu não faço, tem amigo meu que faz, sua bebê tem grande chance de ser prematura.
E eu: e quando pode ser? Pois semana que vem é semana santa
Ele pacientemente disse: se entrar em trabalho de parto eu não vou viajar, estarei aqui e é só me ligar.
E eu nada calma falei: dr. O senhor não entendeu. Eu não quero mais esperar. Marque ai daqui a uma semana dia 20/04/2011.
Ele aceitou. Combinamos de fazer o prenatal na sua clinica particular pela comodidade e assim foi. Chegamos as 38 semanas... Era uma quarta feira.
Obs: dia 20 pq? Pensei 19 é dia do indio e dia 21 dia de tiradentes, 22 já era semana santa. Melhor mesmo ser um dia só dela. Véspera de feriado, ia facilitar os aniversário 😱
Ano inicia 2010, muitas dificuldades. Sempre me cobrei e a situação "morar junto" me inquietava. Então quis casar. Iniciamos os preparativos. Eu (na)morava com um professor. Revolvi mudar de faculdade, passei a trabalhar na madrugada e Fabio mostra o desejo de estudar para tentar medicina e no meio do ano entra no cursinho pré vestibular.
A data do casamento foi... escolhida, iniciamos os preparativos e descobri uma nova gestação.
Queria cancelar o casamento que seria no final do ano, mas quase tudo acertado, teria que casar de bucho mesmo.
Não deixei Fabio participar de nenhuma consulta ou exame, sempre me vinha a lembrança da gestação anterior. As semanas foram passando e em uma consulta minha obstetra ( aquela dos 50 anos de medicina) disse a DPP 03/05/2011 e ela me perguntou se eu iria esperar para ter normal . Eu respondi: eu não sei! Eu tenho medo!
Ela sorriu e disse: não é a dor da morte igual as novelas Monique, existem dores bem maiores, se vc não aguentar quando tiver perto de nascer vemos a possibilidade de uma analgesia.
Até 5 meses a preocupação era o casamento. Casamos e foquei na gestação. Com quase 35 semanas soube que o meu plano ( que tinha a mais 15 anos) não cobria parto. Então iniciei o pré natal compartilhado, pois tinha um plano empresa mais simples que cobria o parto. Nas consultas a minha GO dizia que tava tudo bem e o Obstetra do plano empresa dizia mensagens como : sua bebê é grande, tá sentada. Eu não sabia se isso era bom ou ruim e sempre fazia cara de paisagem.
A situação começou a pesar no juízo: ou pago particular a minha GO que quer esperar PN ou uso o plano e faço com o médico do plano empresa .
Pensando no que queria lembrei de um dia de estagio, no hospital de Messejana, na sala de parto, nasceu uma bb linda chamada Vitoria, regada de violência e mais tratos.
Então decidi: vou marcar, não quero sofrer, não quero colocar a vida de minha filha em risco.
Com 36 semanas o médico do plano empresa diz que vai viajar e que eu poderia entrar em TP neste período. Disse que eu ligasse para um amigo dele caso sentisse algo ( a viajem era internacional).
Eu fiquei maluca!
Resolvi marcar uma consulta com o tal médico e ao ligar uma atendente diz: o dr. é médico do trabalho, ele não é obstetra. Ligue para o plano.
Agora que me lasquei !!!!
Então com 37 semanas vou p a unimed ( centro integrado) e digo: só saio daqui com um obstetra certo e data marcada.
A primeira consulta foi pela manhã, a dra disse que iria p um congresso , que poderia dar continuidade ao pré natal, mas não com a cesárea. Eu resolvo almoçar e voltar na unimed. Estava disposta a me consultar com todos os obstetras da tarde.
O médico me pergunta pq 3 médicos ( viu no cartão). Contei a saga e disse que só saia de lá com a data marcada. Ele disse: Ok, para quando vc quer?
Eu respondi: para ontem! Não aguento mais.
Além dos 17 kg de peso, tinha o medo de parir, o medo de não ter um médico conhecido e uma rotina puxada pois estava me formando ( estagio em UTI ela manhã e clinica a tarde ) e trabalho na madrugada. Nesta época dormia 3h.
Ele disse: vc ainda está com 37 semanas, eu não faço, tem amigo meu que faz, sua bebê tem grande chance de ser prematura.
E eu: e quando pode ser? Pois semana que vem é semana santa
Ele pacientemente disse: se entrar em trabalho de parto eu não vou viajar, estarei aqui e é só me ligar.
E eu nada calma falei: dr. O senhor não entendeu. Eu não quero mais esperar. Marque ai daqui a uma semana dia 20/04/2011.
Ele aceitou. Combinamos de fazer o prenatal na sua clinica particular pela comodidade e assim foi. Chegamos as 38 semanas... Era uma quarta feira.
Obs: dia 20 pq? Pensei 19 é dia do indio e dia 21 dia de tiradentes, 22 já era semana santa. Melhor mesmo ser um dia só dela. Véspera de feriado, ia facilitar os aniversário 😱
Parte 3
A gestação de Beatriz foi super tranquila, tive um episódio de aumento da PA e um sangramento. Provavelmente devido minha rotina.
No domingo fui a praia e comi o que mais amo. E dia 20/04 acordei bem disposta. Pensei em comer bem pois a cesárea estava marcada para as 18h e precisava estar de jejum.
Faltavam fazer as lembranças da maternidade. Impressora queb...rou. Fábio vai imprimir em uma lan house enquanto tomo café. A raiva me deu cólica. Ao fazer alguns laços, muitas contrações de treinamento. Ao ir ao banheiro uma meleca com sangue ( hoje sei que tem nome: tampão) . Falo para minha mãe e ela diz, vai descansar e levanta as pernas senão não vai dar tempo de esperar até a noite kkkkk.
Tomei banho, as cólicas não passaram e eu estava super irritada ( eu com fome e dor, sai de perto!).
As 16:30h me internei, fui para o quarto. Minha irmã chegou e ficamos à espera. A anestesio foi conversar, eu estava feliz no quarto da unimed. Brincando e sorrindo. Ela me achou ótima. Expliquei minhas alergias e ela entendeu. Tomei um banho , troquei de roupa e tirei meu piercing do nariz (kkkkkk).
O maqueiro chegou. Fabio pegou outro elevador foi logo trocar de roupa, enquanto isso eu chego sozinha no Centro obstétrico , começo a pensar e a chorar: Caracas é uma cirurgia, vou receber anestesia.
A médica anestesiologista me olha 😳 e pergunta o que houve já que eu estava tão bem no quarto. E eu só dizia chorando: Eu não sei.
Ela explica como seria o procedimento. Eu respiro fundo , santo Josef Pilates!!!! . Ela me parabeniza , mas sinto a anestesia só de um lado. Ela tenta outra vez!!!
Minha escoliose não ajuda mas deu certo. A enfermeira que se apresenta é uma amiga de infância da minha irmã. Médico chega com auxiliar. Quando Fabio entra mais choro , sem motivo. Ele ficou preocupado. Mas a anestesio disse que estava tudo bem.
Inicia. Cirurgia, aquele cheiro de cão queimado, médico narra tudo e eu escuto o choro da Bia, mas ela não sai. O médico obstetra dizia que era uma circular e a auxiliar disse que ela estava enganchada pelo braço.
Ufa!!! Deu certo!!
Ele entrega Bia para o pediatra e diz que demorou pq ela queria nascer de pulseira .
Primeiros cuidados feito, o pediatra deixa Bia do berço ao lado e fica tirando as fotos e Fábio respira tranquilo.
Fabio vai trocar de roupa, Bia me aguarda e vamos todos juntos para o quarto. Lá estavam os mais íntimos (11 pessoas no quarto). Sinto tremor, a família resolve me deixar a vontade. Beatriz mama e eu acho tudo aquilo muito esquisito !!!! Lembrei logo do piercing!
Fabio e mamãe iam dormir comigo. Preciso tomar banho antes do previsto ( os amigos sabem o pq kkkk), o banho do terror. Peço para colocar cinta e as auxiliares me apertam e me machucam de propósito. Respiro e penso: vai passar! Recebemos alta com 24h e iniciamos um novo ciclo.
Obs:
Por mais respeitosa que seja , encarar uma cesárea não é fácil.
A gestação de Beatriz foi super tranquila, tive um episódio de aumento da PA e um sangramento. Provavelmente devido minha rotina.
No domingo fui a praia e comi o que mais amo. E dia 20/04 acordei bem disposta. Pensei em comer bem pois a cesárea estava marcada para as 18h e precisava estar de jejum.
Faltavam fazer as lembranças da maternidade. Impressora queb...rou. Fábio vai imprimir em uma lan house enquanto tomo café. A raiva me deu cólica. Ao fazer alguns laços, muitas contrações de treinamento. Ao ir ao banheiro uma meleca com sangue ( hoje sei que tem nome: tampão) . Falo para minha mãe e ela diz, vai descansar e levanta as pernas senão não vai dar tempo de esperar até a noite kkkkk.
Tomei banho, as cólicas não passaram e eu estava super irritada ( eu com fome e dor, sai de perto!).
As 16:30h me internei, fui para o quarto. Minha irmã chegou e ficamos à espera. A anestesio foi conversar, eu estava feliz no quarto da unimed. Brincando e sorrindo. Ela me achou ótima. Expliquei minhas alergias e ela entendeu. Tomei um banho , troquei de roupa e tirei meu piercing do nariz (kkkkkk).
O maqueiro chegou. Fabio pegou outro elevador foi logo trocar de roupa, enquanto isso eu chego sozinha no Centro obstétrico , começo a pensar e a chorar: Caracas é uma cirurgia, vou receber anestesia.
A médica anestesiologista me olha 😳 e pergunta o que houve já que eu estava tão bem no quarto. E eu só dizia chorando: Eu não sei.
Ela explica como seria o procedimento. Eu respiro fundo , santo Josef Pilates!!!! . Ela me parabeniza , mas sinto a anestesia só de um lado. Ela tenta outra vez!!!
Minha escoliose não ajuda mas deu certo. A enfermeira que se apresenta é uma amiga de infância da minha irmã. Médico chega com auxiliar. Quando Fabio entra mais choro , sem motivo. Ele ficou preocupado. Mas a anestesio disse que estava tudo bem.
Inicia. Cirurgia, aquele cheiro de cão queimado, médico narra tudo e eu escuto o choro da Bia, mas ela não sai. O médico obstetra dizia que era uma circular e a auxiliar disse que ela estava enganchada pelo braço.
Ufa!!! Deu certo!!
Ele entrega Bia para o pediatra e diz que demorou pq ela queria nascer de pulseira .
Primeiros cuidados feito, o pediatra deixa Bia do berço ao lado e fica tirando as fotos e Fábio respira tranquilo.
Fabio vai trocar de roupa, Bia me aguarda e vamos todos juntos para o quarto. Lá estavam os mais íntimos (11 pessoas no quarto). Sinto tremor, a família resolve me deixar a vontade. Beatriz mama e eu acho tudo aquilo muito esquisito !!!! Lembrei logo do piercing!
Fabio e mamãe iam dormir comigo. Preciso tomar banho antes do previsto ( os amigos sabem o pq kkkk), o banho do terror. Peço para colocar cinta e as auxiliares me apertam e me machucam de propósito. Respiro e penso: vai passar! Recebemos alta com 24h e iniciamos um novo ciclo.
Obs:
Por mais respeitosa que seja , encarar uma cesárea não é fácil.
Parte 4
A pior dor que senti física da cesárea foi no transporte para casa. Ainda bem que moro à 5 minutos da unimed. Chegamos e a casa estava preparada para receber a Bia. Tive a noite do terror, que é a primeira noite em casa que vc nao sabe o que fazer quando o bb chora e ai chora junto rsrsrsrsr. Fabio foi meu enfermeiro, psicólogo, esposo, fisioterapeuta, amigo e c...laro um pai maravilhoso ( ainda é).
Na sexta feira santa, dois dias após o nascimento da Bia, o almoço da família foi aqui em casa, fiz questão de reunir os mais próximos. Mas tive uma crise de cefaléia pós raqui, como não posso tomar qualquer medicação, fui p a tramal e passei o dia em repouso. Mas após 5 dias de operada estava nova, varrendo casa, passando o pano. Claro que as vezes entre comer e tomar banho a minha opção era dormir.
Os dias foram passando, eu que sempre disse que Bia as 4 meses iria para a creche me vi angustiada com isso. Fabio passa no vestibular de medicina, mas era em outro Estado e com bb pequena resolve abrir mão e estudar por mais um ano em cursinho.
Consegui uma pessoa maravilhosa para me ajudar com a Bia e consegui levar a amamentação exclusiva mesmo retornando as atividades. Faltavam poucos meses para eu colar grau.
Resolvi fazer um curso de urgoginecologia, me apaixonei pela área da fisioterapia que trabalha com saúde da mulher, na mesma época muitas coisas aconteceram.
Me formei, atendia já no consultório, Fabio passou em medicina aqui em Fortaleza, entrei no facebook. Beatriz faz um ano e só penso na festa, como sempre. Amigos e familiares por perto. Fechamos o consultório, passei na residência e resolvi fazer a especialização em saúde da mulher.
Sempre acompanhei os grupos virtuais sobre maternidade, sempre ajudava como podia. E o intrigante era: Sempre me via vendo vídeos de parto! Não sabia pq, mas depois em um ano da Bia que fui ver parto, o primeiro que assisti e que achei normal o normal foi um domiciliar, parteira Ana Cris, parturiente Sabrina.
No interior onde trabalhava iniciei os grupos de gestantes, acompanhamento uroginecológico, me aproximei do parto normal.
No facebook sempre acompanhei as brigas entre PN x cesárea. Ai resolvi estudar.
E senti pela primeira vez culpa pela via de nascimento que escolhi para minha filha. Eu não sabia dos riscos, não sabia da metade dos riscos, não sabia o que era binômio mãe e bebê e comecei a me revoltar contra o sistema cesarista cruel que vivemos. As vezes não queria dizer nos grupos virtuais como foi o nascimento da minha filha, tinha vergonha e culpa.
Entrei no pior grupo de Fortaleza que apoia " parto normal". Já escrevi o desabafo disso, lá aprendi a odiar, julgar e não respeitar as opiniões diferentes de minha. Mas assisti o filme renascimento do parto e muita coisa mudou, pois não existia um vilão na história.
Resolvi fazer o curso de doula, tb ja escrevi sobre isso, só para ter o certificado. Fui para o GAMA, lá tudo mudou. Como ser ativista e ter um coração acolhedor. Voltei pensando um dia em ser doula profissional, a semente foi plantada. Iniciei as rodas voluntárias em Fortaleza com uma visão bem diferente: Fazer humanização ( MBE, protagonismo e equipe multi). Comecei a doular voluntariamente e dava plantão na maternidade no interior e assim peguei em pouco tempo uma boa experiência. Nunca esqueço que uma frase e da empolgação de uma mulher em um grupo de gestantes no interior que estava na sua 3 gestação e disse: Pois eu gosto mesmo é de parir, quando vem aquela dor eu me engancho assim e boto força e rápido sinto meu filho nascer. 😍
O concurso ia acabar e eu tinha qe decidir o que queria fazer da vida, conversei com Krys e após pensar muito resolvi focar nos atendimentos domiciliares e doulagens. Me tornei doula profissional. Cada vez mais mulheres me procuravam, ajudava como podia.
Nasceu com a doulagem profissional uma ativista com uma história bem diferente. Me aceitei como sou e com minha história, não me envergonhava mais ao falar que era doula e que minha filha tinha nascido de uma cesárea eletiva, que nao era vegetariana, que nunca tinha usado fralda de pano ou sling. Enfim assumi minhas escolhas( conscientes ou não) e resolvi ajudar outras mulheres a fazerem suas próprias escolhas.
Agradeço o meu radicalismo que não me deixou comprar o "kit PN" , aquele de que tudo que eu faço é perfeito e o sistema tá todo errado. Comecei a ter discernimento e a dialogar com meus " adversários", a classe médica , e percebi o quanto muitos são bombardeados sem razão. Me aproximei de pessoas que combinam comigo 😁 e que não acham contraditório eu ser doula, defender o PN e ter tido tantos pensamentos malucos como descrevi nas partes 1,2 e 3.
Hoje mais uma vez uso as redes sociais para dizer que : EU NãO sou OBRIGADA A NaDA. Principalmente a querer ser perfeita. Foi preciso eu passar por tudo isso, foi perfeito, foi emocionante e foi maravilhoso.
A vida segue, a minha vida de doula segue, o ativismo segue, mas em um ritmo menor e necessário. Como sempre canto, após o SIAPARTO 2015 :
" Calma, tudo está em calma, deixe que o beijo dure, deixe que o tempo cure".
E para o tempo de cura, é importante tentar fazer algo diferente, mas também fazer história e assim sigo a minha estrada, agora na minha terceira gestação ❤️
Parte 5
Tudo novo de novo........
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