quarta-feira, 23 de julho de 2014

Relatos de Parto!!!!!!

Relato de : Raquel Ribeiro de Moraes
Depois de dois meses,enfim vou contar como foi minha experiencia.
Tenho 21 anos,Mario Flavio é meu primeiro filho,e um filho encomendado...após muitas tristezas meu esposo me pediu um motivo pra viver..
Meu TP começou as 8 da manha do dia 20 de Maio,uma dorzinha tipo dor de menstruação que só aumentava com o tempo,e logo depois começou uma dor de barriga..nesse momento liguei pra minha doula Monique Lima,que por sinal tinha conhecido no dia anterior rsrsrsr,,ela me passou as orientações,e nesse momento minha consciencia me disse: É hoje que voce vai conhecer seu principe.
O tempo foi passando as dores aumentando gradativamente,e ai mandei uma mensagem pra Monique : "SOCORRO"..COM POUCO TEMPO ELA CHEGOU E COMEÇAMOS TUDO..
Fiquei na bola,achei a bola o mais confortavel..de todas as posiçoes,bebi muita agua porque nao consegui comer direito,fui pra piscininha..amei..me ajudou muito,nessa hora as dores ja estavam beeem fortes,eu sentia cada vez mais perto.
Lá pras cinco e meia da tarde decidimos que ja era hora de ir ao hospital.
Fomos ao Gonzaguinha de Messejana,detalhe: meu esposo errou o caminho kkkk
Ao chegar la fui muito bem recebida,fizeram o toque e eu ja estava com 7cm.Troquei de roupa,enquanto respondia á algumas perguntas (que sao de praxe) enquanto respondia as contraçoes continuavam a vir mais e mais e todos respeitaram meu momento me deixando bem á vontade.Prepararm a sala,não era centro cirurgico,nao tinha NENHUM DAQUELES EQUIPAMENTOS QUE PARECEM DE FILME TIPO JACK ESTRIPADOR RSRSRS.
Gostei de um quadro que vi com varias posiçoes,exemplos de como poderiamos tentar..fui uma vez pro cavalinho,sempre respirando bem (oque foi FUNDAMENTAL),Tomei banho (banheiro muito limpo),e continuei,respirando e conversando com meu bebe,"vem filho,vem filho".
As sete e quinze outro toque,ate ai minha bolsa nao tinha rompido,detalhe me pediram permissão pra realizar o outro exame de toque,verificando 9cm.Quando a enfermeira ia encerrar o exame minha bolsa rompeu,entao chegou a hora..força..pensamento positivo...força..respiração..lagrimas...amor..e então Mario Flavio nasceu..com circular de cordão,com os dedinho na boca rsrsrsr,depois segurou o estetoscópio do medico neo,e ficou girando parecia um cowboy rsrsrsr,veio pro meu colo,parecia um passarinho atras do meu peito e mamou...com vérnix,cordão e tudo...ainda estava quentinho...meu amor....
51 CM, 3,590kg ,sem laceração de períneo,sem intervençoes,sem violencia.
Resumindo, oque fez diferença foi meu estado mental,o clima de amor e respeito,minha vontade de parir.
Obrigada Monique,obriga PNF (Grupo do facebook Parto Normal Fortaleza),.




Relato de Lidiane: Relato de parto
O positivo!
Agora me questiono porque esperamos tanto tempo... mas quando resolvemos engravidar, ainda não foi em acordo, como tínhamos programado uma viagem ,Neto( meu esposo) não queria que eu engravidasse até voltarmos da viagem, mas como eu sou teimosa, não considerei sua opinião. A cada mês uma expectativa e nada. Comecei a ficar preocupada e marquei uma consulta, fiz uma ultrassom e estava com um cisto no ovário, segundo o médico não era nada grave, mas tinha que acompanhar. No exame seguinte o cisto não estava mais naquele ovário, estava no outro, mas resolvi não me preocupar, já que o médico tinha dito que era “normal”.
Viajamos e realmente se estivesse grávida nesse período teria sido complicado, pois andamos muito subindo e descendo morros. Um mês depois comecei a sentir umas coisas “estranhas”, muita azia e um mal estar, fui a uma consulta na emergência e a médica suspeitou de pedra na vesícula, tinha que fazer uma us abdominal, mas acabou não dando certo. Como a menstruação estava atrasada, resolvi fazer logo o exame de sangue, quando recebi o resultado abri várias vezes e não estava acreditando, pois já tinha feito esse exame e dava sempre negativo. Resolvi esperar o Neto chegar pra contar, afinal acho que essa não é uma notícia pra ser dada por telefone, foi difícil me segurar o dia todo heheheehhe. Peguei um sapatinho de crochê da minha sobrinha e coloquei o exame dentro, embrulhado numa caixinha, disse que tinha um presente pra ele e antes de abrir ele perguntou : “O que é isso?”, meio desconfiado. Quando abriu e leu, fez a pergunta mais óbvia rsrsrsrsrs: “Tu tá grávida?” e depois que eu confirmei a próxima pergunta foi: “E agora?” kkkkkkkkk.E agora vamos criar né!!!kkkkkkkk
Eu ainda passei um tempinho incrédula, só caiu a ficha mesmo quando fiz a primeira us e já estava com 11 semanas. O sentimento foi o melhor ao ver aquele bebezinho tão pequenino já se formando dentro de mim!!!
O susto
Um sábado fomos a um casamento e quando voltamos percebi que tinha sangrado um pouco, falei pro Neto, e ele disse que não me preocupasse, que não devia ser nada. No outro dia saiu mais sangue, não era muito, mas fiquei preocupada e fui na emergência, fiz uma us, ouvi o coração, o médico que fez a us disse que era descolamento de placenta e que o bebê estava bem, mas que eu precisava falar com o obstetra para me orientar melhor, porém o obstetra estava muito ocupado, fazendo as cesáreas, e eu tinha que esperar ele terminar para me atender, como já estava exausta, pois fazia muito tempo que estava lá, resolvi voltar pra casa. Na segunda-feira fui trabalhar normalmente, mas na madrugada de quarta-feira acordei com um jato grande de sangue, fui ao banheiro e ficou tudo sujo, comecei a chorar, pensei que tivesse perdido meu bebê. Fomos novamente na emergência e, para nosso alívio o bebê estava bem, dessa vez fui atendida pelo obstetra, me deu só dois dias de atestado e disse que eu procurasse minha G.O, para que ela me orientasse, quase não consegui marcar uma consulta , pois ainda não tinha iniciado o pré-natal com ela, mas deu certo ela orientou repouso, deu 15 dias, fiz outra us e continuava, mais 15 dias, esse tempo em casa foi muito difícil, pois moro no quarto andar, só tem escada, fiquei praticamente presa pois não podia subir nem descer as escadas.
No final do mês de janeiro já estava tudo bem e voltei a minha rotina, mas sempre com muita cautela...
O progresso
Minha amiga Ronielle já tinha me falado sobre o grupo no facebook Parto Normal em Fortaleza e eu estava lendo tudo, as dúvidas de muitas mulheres também eram minhas e me permitiam ficar no anonimato rsrsrsrsrs, sou muito tímida 
Comecei a busca por uma doula, mandei mensagem pra várias, já estava quase desistindo porque nenhuma podia, mas Deus estava providenciando um anjo pra mim, a Monique, minha doula que estava sempre disposta a ajudar, tirando minhas dúvidas e me tranquilizando.
Ainda faltava progredir com relação ao apoio do Neto, ele achava que o parto normal podia ser “perigoso” por causa do meu histórico de taquicardia. Resolvi procurar mais um cardiologista (esse foi o quinto), para tentar descobrir a causa dessas taquicardias. Fiz exames e estava tudo bem, nenhuma anormalidade, mas a visão dele só mudou mesmo depois que assistiu ao Renascimento do Parto, foi uma luta pra ele ir, mas valeu o esforço!!!
A ansiedade
Quando completei as 39 semanas comecei a ficar ansiosa, até então estava tranquila, mas foram tantas perguntas e comentários que acabei ficando insegura, eu sabia que não podia confiar na data da us, mas mesmo assim fiquei ansiosa. Já estava com 40 semanas e ao conversar com a Monique ela disse que se eu ficasse ansiosa dificilmente entraria em trabalho de parto. Na noite do dia 30 de maio fiz uma caminhada de 45 minutos e tomei um chá de canela....
O início do trabalho de parto
Acordei por volta das 3 horas da manhã do dia 31 com dor de barriga, fui ao banheiro e fiz cocô, voltei pra cama mas não consegui dormir, comecei a sentir umas cólicas e fiquei olhando no relógio, o intervalo entre elas era de meia hora, diminuiu pra 20 minutos aí resolvi levantar, fui ouvir música, pesquisar mais algumas coisas na internet, nem acordei o Neto logo, pois sabia que naquela hora não iria adiantar nada rsrsrsrsrs. Às horas da manhã dei a notícia pra ele, ele meio sem acreditar virou pro outro lado, aí quando eu disse: ¨Tô falando sério viu¨, ele resolveu levantar aí foi arrumar a sala e eu a cozinha, lembrei do que li, que as contrações são semelhantes às ondas do mar...
Liguei pra Monique às 8 horas, ela perguntou por que eu não tinha ligado antes.Como era sábado, eu não queria acordá-la tão cedo hehehehe. Ela chegou antes das 11, eu estava fazendo compressa quente para aliviar, ela trouxe a bola, a piscina e um negócio que dá um choquinhos que não lembro o nome, mas o que realmente aliviava eram as massagens. Consegui almoçar, bebi muita água e tomei sorvete. Estava na piscina quando senti aquela vontade de fazer cocô, achamos que era hora de ir para o hospital. Fomos para a Meac, por volta das 14 horas, fiz o exame de toque, mas só estava com 2 cm, a enfermeira disse que procurássemos outro local e que lá só estavam recebendo a partir dos 6 cm.
Voltamos pra casa, não pra minha por causa das escadas, fomos para a casa da minha cunhada e lá continuamos com os exercícios, massagem, piscina, até minha sobrinha ajudou nas massagens. Estava na piscina quando o tampão saiu, o sentimento era de que estava cada vez mais perto...
Saí da piscina e já não estava mais aguentando, as contrações estavam muito fortes, nesse momento pensei que não fosse conseguir. Sentada na bola, e a Monique penteando meus cabelos, ouvia as vozes de longe, e era como se o mundo estivesse rodando. Nessa confusão de sentimentos não sabia se deveria voltar para a Meac, na opinião do Neto deveria ir para o hospital que aceitava meu plano,como eu já estava pra lá de Bagdá deixei ele decidir(hj me arrependo muito), até porque sabia que se algo indesejável acontecesse na Meac ele ía ficar me culpando, mas enfim, nossa vida é repleta de escolhas e temos que assumir a responsabilidade pelas que fazemos.
Chegamos no Hospital por volta das 19h, já estava cansada de recusar cadeira de rodas, por onde passava todos me ofereciam uma, mas eu fui caminhando e chamando a atenção de todos. Ao chegar no acolhimento, muitas gestantes com suas malinhas olhando pra mim com como se eu fosse um ET kkkkkk, uma disse que eu estava sangrando, outra mandou eu me sentar, mas eu só queria era massagem kkkkkk.
O parto
Fiquei caminhando pelo corredor enquanto me chamavam, não entendia o porque de tanta demora....enfim entrei e quase que imediatamente a técnica de enfermagem veio aferir minha pressão, queria a todo custo que eu me sentasse,mas era muito difícil pra mim, tinha que esperar o intervalo das contrações para consegui.Depois disso fui examinada pelo médico, para minha felicidade já estava com a dilatação completa.Vesti a bata e fui para a sala de parto, a mesma da pressão, queria que eu deitasse na maca depressa, eu pedi pra esperar um pouco, pois só iria conseguir fazê-lo no interval, ela falou: “Vamos minha filha, seu bebê vai já nascer”. O tempo passava e nada do meu acompanhante chegar, a sede apertou, pedi água, não me negaram. Em meio ao silêncio daquele lugar os meus gritos e exercícios de respiração cada vez mais altos, em meus pensamentos só pedia forças a Deus.
Aquela posição não ajudava , estava inclinada e segurando na barra,mas não ajudava , a essa altura a bata estava molhada de suor e nós ali lutando sozinhas, pois o médico e as técnicas estavam muito ocupadas. Finalmente depois de muita burocracia o Neto entrou, as dores apertavam, já estava cada vez mais perto...
O médico entrou,¨ Vamos lá força que já vai nascer¨, mas não esperou as coisas acontecerem naturalmente, rompeu a bolsa e quando percebi que ele ia pra episio perguntei: “Vai me cortar?” Ele respondeu: “SIM”, “ Mas eu não quero” e a resposta dele ainda ecoa nos meus ouvidos: “EU SEI O QUE ESTOU FAZENDO, SÃO 37 ANOS DE PROFISSÃO!”. As contrações são tão intensas que esse corte passa até despercebido,não senti doer. Fiz uma força bem grande e nada, depois mais outra, quando ouvi ele dizer para a técnica: “Pegue o sorinho” e eu questionei de novo e ele disse que sabia o que era melhor pra mim. Como assim???Na hora eu realmente não tinha ação, não tive a coragem de enfrentá-lo, até mesmo porque o meu marido pedia pra eu ficar quieta e me reprovava quando eu questionava(temos visões bem diferentes desse momento). Acho que a raiva foi tão grande que na próxima força a Melody nasceu, dois minutos depois de terem colocado o tal sorinho, às 21:13, dezoito horas de trabalho de parto. Perguntei para a técnica se já podia tirar,ela disse que não e até agora me pergunto porque não arranquei aquele negócio do meu braço.
Logo em seguida o pediatra a colocou em meus braços, teve que levá-la logo porque ela realmente estava com dificuldade de respirar. O pediatra, sim, fez a diferença, pedi a ele que esperasse o cordão parar de pulsar e que não colocasse o nitrato de prata, ele balançou a cabeça afirmativamente e disse: “Tudo bem, fique tranquila!”. Depois veio com ela para tirarmos uma foto, eu consegui ver através dos olhos dele seu amor pela profissão e o cuidado que teve com a minha pequenina.
Mas ainda não tinha acabado, faltava a placenta, duas técnicas a aguardavam, rodaram tanto que no final ficou um pedaço, aí lá vem o médico ¨sabe tudo¨ para tirar, uma dor muito incômoda. Depois foi costurar o corte que tinha feito, aí sim doeu, eu sentia cada furo e ele dizia:¨ Tá terminando¨ e aquela tortura não acabava.
Quando ele terminou me lavaram com soro, trouxeram o meu pacotinho e fomos para o quarto, pedi para inclinarem a maca e o rapaz falou que eu não podia ficar com a cabeça levantada por causa da anestesia, fiz questão de informá-lo que foi parto normal!
Embora tenham acontecido intervenções que pra mim foram desnecessárias, prefiro focar nas coisas positivas. Nosso parto normal (digo ¨nosso¨ porque eu não estava sozinha, a Melody estava ali, lutando comigo) naquela noite entrou pra história, sim, pra nossa história, pois em meio a 18 nascimentos, Melody foi a única que veio de maneira natural, no seu tempo, sem hora marcada, estabelecendo um vínculo ainda mais forte comigo.
E agora ao encerrar esse relato me veio a mente um trecho da música do Roupa Nova: “Tudo bem simples, tudo natural.Um amor moreno, fruto tropical(...)”   https://www.youtube.com/watch?v=OU4sQF6tQXE

Um comentário:

  1. Ter uma doula deveria ser obrigatório! rsrs Por que não ter alguém que der apoio e amparo emocional no momento mais importante da vida de uma mulher!??!

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